A VIDA EM GOTAS
A gota clara,
Suave e translúcida,
Corta o vidro de cima embaixo,
Escorre, soluça.
O céu escuro,
Azul, amarelo e roxo,
É riscado, marcado,
Pelo raio afoito.
As nuvens se chocam,
Se batem, se empurram,
No sumô da tempestade,
O espaço disputam.
E a gota segue,
Sozinha e pequena,
Sabe como a vida lhe será breve,
Sabe no fim qual é a pena.
Mas a cada centímetro que enfrenta sozinha,
Encontra brilhos e reflexos que atenuam sua sina.
E vai descendo,
Vidro abaixo,
Vida afora,
Ao lado dela tantas,
Iguais e diferentes,
Todas correm,
Ninguém chora.
E porque sabe que a jornada é breve,
E que evapora a cada segundo,
A gota escorre intensamente,
Vai cruzando o vidro do seu mundo.
E vai findando, vai secando e escorrendo,
O céu clareando, as nuvens sumindo e os raios morrendo.
A gota menina, agora senhora em seu caminho,
Vai buscando cansada a satisfação de cumprir seu destino.
E os raios do sol, que cortam as sombras e encontram a gotinha,
Dão a ela suas mãos, enquanto fecham as cortinas.
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Um dos melhores que eu já li, até para minha capacidade poética um tanto limitada. rs. T amo! Mto!!
ResponderExcluirNossa! Você estava em Petrópolis esse dia? hehehe
ResponderExcluirGostei muito também.