terça-feira, 16 de março de 2010

AS IRMÃS

Reflexos das reflexões de ontem à noite, me bateram alguns sentimentos novos, fui no fundo da alma, raspei e, para variar, "poemei". Interessante é que achei que ficou multi-facetado, que vai ser multi-interpretado, como um vinho, a individualidade do paladar e das experiências vai determinar o resultado.

AS IRMÃS

A arrogância é um banco de perna bamba,
Que te faz pensar que está no alto,
E a qualquer tempo te derruba,
Te dá uma banda.

A arrogância é a palmeira,
Que maior torna o tombo,
É a ponte da pinguela,
Que faz que leva,
Mas não chega.

A arrogância se faz de amiga,
Te acalenta na auto-estima,
Faz você pensar que não precisa de ninguém,
Que não erra,
Que está por cima.

Mas na verdade o que ela faz,
Insidiosa e traiçoeira,
É turvar sua clareza,
Tirando da força que tem a auto-crítica,
A razão de sua natureza.

Mas a arrogância tem uma irmã,
Meiga, suave e gentil,
Que engana a todos a sua volta,
Com sua aura de fragilidade,
Mas é forte que só ela,
O seu nome é humildade.

Na hora de escolher os times,
Separar seus jogadores,
Para o jogo da vida,
A arrogância faz sucesso,
Já entra no começo da partida.

Mas quando o jogo desenvolve,
E das pancadas surgem as feridas,
Percebe-se que com essa jogadora,
Você está jogando sozinho.

Nessa hora você lembra
que lá no banco, bem quietinha,
Espera seu chamado a outra irmã,
Serena e firme como rainha.

E essa irmã entra em campo,
E suavemente te mostra,
Que não há maior exemplo de força,
Do que quem pede ajuda demonstra.

Saber tudo é saber nada,
Poder tudo é vazio,
Estar junto é argamassa,
Dar o braço é contruir,
Olhar em frente é somar,
E multiplicar vem de dividir.

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